O bom senso, a empatia deveriam estar ligados à humanidade e suas expressões. Mas no palco sórdido das necessidades individuais, potencializadas pelo individualismo exarcerbado resgatam um lugar ilusório, guardado em recantos profundos da memória onde o passado é reconfortante e o presente indesejado e ameacador. Assim são alimentados em seus conceitos rasos e pueris pessoas em nada inocentes, de valores ultraconservadores e ideias do "eles e nós ", o puro ideal fascista.
O bom senso e a empatia não dizem sobre escolhas radicais de posicionamentos políticos. Na democracia há de existir sempre os diretos individuais e da escolha. Mas quando essa escolha encontra ideais deturpados de "liberdade de expressão ", a violência encontra vias de saída, alimentada por medos e fatalismos onde o passado surge como resposta, pois la residem as ilusões e maniqueismos e o perigo do ufanismo radical, num pensamento mágico de heroismo e messianismo, dos escolhidos para mudar os rumos da história e as regras do jogo.
A História é mãe dos êxitos e derrotas, pois os ciclos são ritmos do existir e eles se repetem. E sim a história deve ser sempre um modo de refletir e aprender.
O ultranacionalismo trouxe ao mundo as piores atrocidades e as piores guerras. Dele surgiram os ícones e suas falácias de "humilhados e exaltados", Nazismo, o fascismo e mais recentemente a extrema direita e o ultraconservadorismo a se alimentarem das inseguranças e medos dos iludidos, daqueles que precisam manter o mundo longe de tudo que foge às suas convicções e em certa medida, seus privilégios.
Assim reeditam a ânsia por poder e controle.
E diante da frustração das impossibilidades, maquinam usando uns aos outros sob a égide de uma suposta revolução. Os mesmos que chamam de revolução a ditadura militar brasileira, são os que diante do não, invadiram os prédios dos três poderes da República, um ato de terrorismo perpetrado por uma elite magoada.
Agora um homem-bomba, um kamikase tupiniquim eleva o desespero e demostra o descontrole emocional e o excesso da arrogância. O ataque desastroso do Riocentro de 1981 é herança dos filhos de uma pátria contaminada pela prepotência e que esta ganhado contonos de um desespero catastrófico.
Movidos pelo fatalismo esses mesmos senhores da razão perdem os escrúpulos e atacam contraditoriamente o que juram defender. Pois se o lema é Deus, Patria e família, só pode ser Deus se for o Deus deles, a pátria deles e a família idealizada deles. Egos imaturos e frágeis, incapazes de lidar com suas frustrações, longe do poder mas perto de armas de fogo e aparato de destruição, arquitetam atos desastosos numa quarta-feira 13.
Às vésperas do aniversário de 135 anos de Proclamação da República não estou falando de partidos ou escolhas saudáveis advindas da democracia, trago esse pensamento e reflexão, aforismo, desabafo, justamente pela ausência de bom senso, onde sobra egoísmo, indiferenca, violência e extremismo.
E vale destacar que no exato momento das bombas explodindo, estava sendo trazida à discussão a PEC da redução de escala 6x1 de trabalho na tentativa de pensar e agir em prol não dos interesses individuais, mas da maioria da classe trabalhadora do nosso país.
E diferente daqueles que naquele então aguardavam boas notícias, diferente daqueles que sabem e lutam por seus direitos e que cumprem seus deveres, estava do lado de fora a representação da falta de argumentos, empatia e bom senso, lançando violência na face da justiça.
Frederico Dantas vieira 14.11.24