Um sol de dezesseis horas
de um verão acinzentado
nuvens carregadas pelas bordas
nas vestes de um céu nublado.
Alto em luminosidade escondida
dessas que viaja sem passaporte,
esgueirada e clandestina.
Pela janela não cintila mas carrega um pensamento à reboque.
Ventilando esconderijos, disfarçada
essa escrita que observa, atenta e estrangeira
o silêncio entre as esquinas de um poema sem tinta, de rimas teimosas inacabadas.
E permanecem esperando o arrebol de mais um dia
dos planos e do ruído espasso de um feriado:
o choramingar de uma criança, seguida de uma voz materna e carinhosa ...
e na cortina entreaberta que observerva o relógio marcado:
agora, dezesseis e trinta.
Poema presente no meu novo livro Ventanias (p 33., 2024)